"Sentem-se aqui enquanto vou ali orar".
Levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.
Disse-lhes então: "A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo” Jesus Cristo
Levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.
Disse-lhes então: "A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo” Jesus Cristo
A teologia se orgulha em dizer que Jesus Cristo era
verdadeiramente Deus e verdadeiramente humano.
Isso significa dizer que podemos ser como ele: santos, ao
ponto de vermos, sentirmos e demonstrarmos a essência de Deus em nosso
cotidiano - sobretudo em um vida, expressa em amor.
Mas também significa, por outro lado, que podemos ser
humanos, ao ponto de sentirmos de tudo: força, fraquza, dependência,
angústia...
A questão é, se isso for verdadeiramente possível: como
conseguimos viver assim, como ele viveu?
Não sei como conseguir isso, mas já me acostumei a crer que,
caso seja possível, devemos encontrar o "mapa da mina" olhando a vida
do Santo de Deus, que é Jesus.
No contexto do versículo, Ele estava angustiado, acho que
apavorado, com a possibilidade, não só, de morrer, mas com a forma dolorosa de
como iria morrer.
A Bíblia diz que ele se abateu, padecendo grave dor emocional
e angustia psíquica - diante do enorme desafio espiritual, pois se aproximava a
hora de colocar à prova tudo aquilo que ele vinha pregando.
Havia chegado para ele o momento de mostrar que era o filho
de Deus. Ele sabia que se a morte não fosse vencida, de nada teria valido tudo
o que fez. Tudo estaria acabado.
Somos assim mesmo, sempre sendo confrontados pela próxima
pergunta, pela próxima dúvida, por "curvas sucessivas", que obstruem
a nossa natural fome por respostas diretas e claras. Respostas que nos dêem a
sensação natural de segurança e paz.
Entretanto, há uma pergunta que não quer calar: como
alcançarmos esse tal estágio de "verdadeiramente divino" e
"verdadeiramente humano"?
Bem, eu não sei, mas o santo mestre na hora H, no cume do seu
grande desafio existencial, nos deu a fórmula de como agir.
Deus, Oração e Amigos.
Deus - Somos puro mistério, algo inconcreto e precisamos Dele
- porção mística, cuja régua da razão não mede nem explica. O verdadeiro humano
só será completo quando encontrar repouso e descanso em Deus, alimentando a
fome pelo que é divino, presente em cada um de nós.
Oração – não é um instrumento psicológico, pois ela não deve
servir para um autoconhecimento apenas – para isso já temos a psicologia, que
nos estimula em direção a nós próprios. (Ingrata e hercúlea missão, de achar o
nosso "gato preto, num quarto escuro, no qual não há gato algum").
Mas a oração serve para nos direcionar a Deus, pois somente
Ele sabe tão profundamente sobre nós, ao ponto de nos auxiliar no autosaber.
Sem isso, não encontraremos equilíbrio frente a nós próprios, nem frente ao
próximo.
Amigos – Eles são fundamentais, espelhos sensitivos, falantes
e denunciantes de nós mesmo. Mas também consoladores e sustentadores fiéis. Sem eles, seria impossível prosseguir na jornada em direção a Deus, a nós próprios
e ao próximo.
Tranquilizantes, Netflix, celulares, tablets, redes sociais,
roupas, passeios etc., são meras tentativas, todas legítimas, para alcançar o
conforto constantemente reclamado pela alma. Mas, segundo Jesus, infrutíferas.
O verdadeiro humano somente se alcança com Deus, oração e amigos.