“Pois, nele, foram criadas todas as
coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos,
sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio
dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.” (Cl
1.16, 17)

Mas, meio por “coincidência”,
esbarrei com esses dois versos acima. Caramba! O que é isso?
Nele foram estabelecidas todas as
coisas, Nele residem todos os tronos, os que vejo e também aqueles que nem
imagino existirem.
Os tronos e reis que me dão as
costas, me desdenham, e nem mesmo sabem que eu existo, todos esses estão a
serviço Dele.
Ele é o arquiteto, pois todo projeto
a Ele pertence. Também é o engenheiro que milimetricamente mede, calcula e
assegura o andamento da história. É o mestre de obras, pois assalaria a todos
aqueles que, segundo Seu desejo, chama para servi-lo, a fim de atender a seu
planejamento.
Finalmente, Ele é o pedreiro que
mete a mão na massa, pisa o mesmo chão empoeirado da humanidade, e permanece
junto de nós, experimentando a dor, sofrimento e tantos medos do saber existir.
Ele é o início; estava por aqui
antes de tudo; ele ajudou o Santo dos Santos a colar cada estrela no gigantesco
céu.
Ele também se sentou ao chão, como
aplicado oleiro, para com os seus cuidadosos e amorosos dedos fazer o maior
projeto divino: a mulher e o homem. E, desde lá, como alguém apaixonado, nunca
mais se afastou de nós.
E ainda mais, nada se estabelece, se
mantém, ou é perene, sem que seus olhos o visem, aprovem e se alegre.
Algo de novo, vivo, pulsante, me
circunscreve; há uma poesia no ar, mas que não se ouve; mas inegavelmente se
sente.
Acho que é Ele. Acho não, sem dúvida
é Ele, aquele que habita as profundezas de toda existência, como também
singelamente senta ao meu lado carinhosamente, apenas para ouvir minhas
preocupações, partilhar de meus sonhos e gargalhar de minhas bobeiras.
Rev. Marcos Amaral